quarta-feira, 25 de junho de 2014

PREZADO DESPREZO,


Gostaria de dizer-te umas palavrinhas. Odeio-te, desprezo-te profundamente, desprezo. Você é um sentimento viscoso, asqueroso, desprezível. Foi você que pregou Jesus na cruz. Eu sei, desprezo, a culpa pelo Holocausto também é sua. O Papa não te suportou, desprezo, quando você impediu as mãos dos cardeais alemães de responderem ao aperto de mão. Nas profundezas de uma prisão o preso me disse que sofre de desprezo. Você é cruel!

Quem é você? Qual a tua origem? Quem são teus pais, tua família, teus irmãos? Você é tão estranho... Viria tu da soberba? Viria tu do desfalque? Viria tu do despeito? Viria tu do fracasso? Andei pesquisando sua árvore genealógica, desprezo, sei que você é primo-irmão do desdém e da mágoa, e que tem parentesco próximo com o egoísmo.

Não, desprezo, se foi amor, não pode se tornar desprezo. Como você pode nascer do amor, desprezo? Desprezo, você é tão duro, esse orgulho não era amor.

Desprezo, será que você é culpa do desprezado? Será que o desprezo só existe porque o desprezado é mesmo desprezível? Sei lá. Você é uma flecha da qual eu não quero ser o arco.

Prezado desprezo, prezo pela amizade, pelo companheirismo, pelo respeito. Não quero ter-te, mas o que fazer se existem pessoas que te me causam? E não estou falando dos já desprezados mendigos, dos despossuídos, nem dos parasitas. Não estou falando em escala social, desprezo. Refiro-me a você na esfera pessoal. Estou falando dos que me desprezam, desprezo. Como não desprezar os que são egoístas e mesquinhos? Que menosprezaram o meu apreço? Desprezo, às vezes você é tão recíproco.

Isto é um adeus, desprezo. Some da minha vida! Não te quero nunca mais!

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